Quem não lembra e nem sabe bem por que do CARAMURU, personagem que ganhou esse batismo e o respeito dos nossos índios?
Diogo Álvares Correia, considerado fundador da cidade de Cachoeira na Bahia, era um fidalgo da Casa Real, nasceu em Viana do Minho no ano de 1475. Ele foi náufrago de uma embarcação francesa, na baía de Todos os Santos, que entre 1510 a 20, fora encontrado na praia, exausto, estirado numas pedras, corpo branquicento, esguio, sujo de algas, parecendo um peixe moreia ao sol, que os índios de pronto lhe chamaram de Caramuru, (nome da moreia em tupi).
É um mistério o fato, e induzo força do destino por Deus, que quando encontrado, Diogo não fora como seus demais companheiros, morto pelos nativos e mais que isso, praticamente virou um deles, recebendo a mão da filha do cacique Taparica, e viveu intermediando relação dos europeus e os índios, fazendo comércio de madeira e o que mais fosse apetitoso, principalmente aos franceses.
Conta a lenda que ele fora chamado de Caramuru, também porque disparou uma arma de fogo no dia que fora encontrado, e como os índios não conheciam aquele artefato, assustados, se curvaram ao Filho do Trovão, relato muito discutido dentre os entendidos, e, pela primeira vez foi referido pelo padre jesuíta Simão de Vasconcelos, que repetido no tempo, passou para a história.
Caramuru casou com Paraguaçu, e foi batiza-la na França, em Sait-Malo, como Catherine du Brésil, acredita-se que em homenagem a Catherine des Graches, mulher de Jacques Cartier, que fora madrinha da nativa Tupinambá, tendo na mesma seção o batismo de outra índia como Perrine, e com isso surgido outra lenda: Dizem que as índias da tribo de ciúmes das batizadas na França, toda a vez que Caramuru embarcava à EUROPA, várias índias se jogavam ao mar para acompanha-lo. Com o passar do tempo Paraguaçu, passou a ser chamada de – Catarina Álvares Paraguaçu.
Em 1548, tendo João III de Portugal formulado o projeto de instituição do governo-geral no Brasil, recomendou ao Caramuru que criasse condições para que a expedição de Tomé de Sousa fosse bem recebida, fato que revela a importância que o antigo náufrago alcançara também na Corte portuguesa.
A lendária vida de Caramuru, que terminou em 5 de outubro de 1558, virou um poema épico do descobrimento da Bahia, de autoria do Padre José de Santa Rita Durão, editado em 1781 na cidade de Lisboa.
Para pensar: O universo conspira a favor ou contra nossos interesses, pelo nosso destino!